10 Oct
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Um rápido esboço de fatores que afetam o mercado de trabalho em tempos de globalização chama a atenção para fatores como: longevidade, conectividade, automação, acesso, mídias sociais e redes de relacionamento, qualidade de vida, diversidade. Entre as forças disruptivas no mercado de trabalho, cabe destacar a Internet das Coisas e Big Data e as mudanças nos ambientes de trabalho que são decorrentes da automação, da inteligência artificial e de tecnologias similares.

Na atual complexidade dos ambientes globais, a previsibilidade e a estabilidade foram substituídas por incerteza e ambiguidade, o que torna a adaptabilidade, o processo de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e o desenvolvimento constante de novas habilidades, tanto técnicas quanto comportamentais, condições necessárias para o avanço saudável da trajetória de um líder.

O líder de hoje precisa ser ágil, aberto ao aprendizado e capaz de operar em ambientes globais para criar e manter práticas de liderança sustentáveis, o que gera uma demanda por habilidades, como criatividade, colaboração, adaptabilidade, empatia, capacidade de empreender, autoliderança etc.

É preciso desenvolver uma competência chave: a resiliência.

Em um contexto organizacional resiliência pode ser definida como "a capacidade, que pode ser desenvolvida, de se recuperar das adversidades, conflitos e de falhas, ou até mesmo, em face de eventos positivos, que representam progresso e aumento da responsabilidade” (Luthans 2002, p. 702).

A presença de adversidades no ambiente organizacional demanda das pessoas ações de resposta – como lidar de forma positiva com (cope positively with) a adversidade: como lidar interna/subjetiva e externamente/objetivamente com o estresse causado pela adversidade, como perceber e avaliar fatores de risco presentes na adversidade, como melhor se adaptar a um eventual novo contexto trazido pela adversidade, como aprender com a experiência adversa.

A capacidade de construir uma visão de futuro e administrar as ações presentes que levem ao resultado desejado, conseguindo adaptar-se e aprender com as adversidades, com os obstáculos, passa a ser um diferencial, tanto no patamar individual – um diferencial de profissionais, quanto no patamar coletivo – um diferencial organizacional.

Sabe quem vai se destacar cada vez mais? Pessoas resolvedoras de problemas, solucionadoras e que tenham competências emocionais que resultem em tenacidade para lidar com frustrações, flexibilidade e empatia, a fim de tirar o melhor proveito das diferenças entre indivíduos (gerações, perfis, nacionalidades, etc.) e gerar um ambiente de alta colaboração e de possibilidades de inovação.

* Cristina Goldschmidt é sócia-diretora da Consulting CG, onde atua como consultora e  trainer nas áreas de desenvolvimento de capital humano e organizacional e como senior coach. Professora convidada dos MBAs na Fundação Getúlio Vargas (FGV) nas disciplinas: Construção de Equipes de Alto Desempenho, Papéis e Atuação do Líder, Liderança e Motivação, Comunicação Interpessoal, Delegação, Empowerment e Equipes, Gestão de Pessoas - Aspectos Funcionais, Modelagem Organizacional e Desenvolvimento de Carreira, dentre outras. Pesquisadora de Resiliência, Diversidade, Envelhecimento e Carreira. Mestre em Gestão Empresarial e MBA em Gestão de Projetos pela FGV, e graduada em Direito pela UCAM e em Letras pela UERJ.


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